quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Universidade do Contestado – UnC Campus de Concórdia
Licenciatura em Educação Especial
PARFOR - Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica

Disciplina Fundamentos da Educação Especial
Profª Ivete Maria Michelon
Acadêmica: Marcia Tania Schenkel Salvi

Este trabalho foi realizado com as turmas 1ºP e 2ºP do Ensino Médio da Escola Municipal Valentin Bernardi de Itá, no dia 15 de julho de 2011.

No 1ºP – 1ª série do EM – trabalho a disciplina de Filosofia e o conteúdo em estudo era Liberdade e Determinismo.

No 2ºP – 2ª série do EM – trabalho a disciplina de sociologia e o conteúdo em estudo é cultura.

Pela Professora Marcia Tania Schenkel Salvi

Nas duas turmas encaminhou-se as atividades da seguinte forma:

- Apresentou-se aos alunos o livro “Um mundinho para todos”, lendo-o, relacionando-o com o conteúdo em estudo. Conversou-se sobre o assunto.

- Em seguida explicou-se a atividade de vivência – experiência:

- Formou-se 6 grupos: 2 com deficiência física, 3 com deficiência visual, 1 com deficiência auditiva. Ambos se organizaram, colocando as vendas, o tampão e se acomodando nas cadeiras de roda, orientei-os quanto a condução das pessoas, uso dos equipamentos, cuidados para garantir a segurança.

- Em seguida atribui-se as tarefas que todos deveriam cumprir: - ir até a biblioteca, trocar as pessoas (com as vendas, da cadeira de roda e tampão), seguir até o ginásio, trocar novamente, ir à secretaria conversar com a diretora e voltar para a sala.

- No inicio houve algumas resistências, mas assim que a atividade iniciou todos se envolveram com entusiasmo, responsabilidade e seriedade. (fotos em anexo)

- No retorno conversamos sobre a experiência, onde relataram as sensações, as angustias, a insegurança. Fizeram ainda observações com relação a necessidade de construção de uma cultura que valorize as diferenças, que a liberdade pode ser limitada por determinações da natureza - deficiências, enfim fizeram relatos aos quais solicitei que registrassem no papel e entregassem.

Registro de sensações dos alunos do 1ºP:

- A angustia de vê-los sem poder fazer nada e imaginar a dificuldade que cada um tem com cada situação.

- Apesar de não termos vivenciado a experiência de uma pessoa com deficiência, conseguimos perceber sua angustia, medo, insegurança,perante as situações de risco.

- Eu senti vivenciando através de uma pequena experiência, como a pessoa com deficiência visual lida com as coisas simples do seu cotidiano, senti insegurança, pois não é muito fácil confiar nas outras pessoas, medo, temor, a possibilidade de machucar-se, Mas pude perceber também, que mesmo com uma deficiência ou necessidade especial, tendo boa convivência com as pessoas e apoio podem ser tão felizes como os demais.

- Minha sensação foi de tristeza, desanimo, por não poder escutar os amigos, poder só me comunicar através de gestos. Com esta atividade eu pude sentir a sensação de uma pessoa com deficiência auditiva, gostei muito de participar.

- Vendo os outros naquela situação, percebemos que o modo diferente com que eles vêem a vida, a dificuldade com que precisam superar seus limites, encarar os obstáculos que a vida propõe. Nessa hora a angustia e o medo substituem a vontade de ser feliz, mas o apoio dos amigos e familiares pode mudar tudo isso, e a vida ter uma cara diferente.

- Você precisa ter segurança no guia. No inicio a sensação é de insegurança, mas depois você confia no guia. No entanto, também é ruim porque você as vezes tem noções erradas do lugar onde está. Você tenta tatear a sua volta inicialmente, depois começa perceber que é melhor prestar atenção nos sons e no ambiente em si.

- Fiquei triste, por ver todos falando e não poder participar da conversa.

- Eu senti angustia, mas ao mesmo tempo uma lição de vida, coragem e esperança, não apenas pela pessoa com deficiência, mas também da pessoa que a auxilia, e que com algumas dificuldades, pode ser feliz.

- Percebi que ela teve dificuldades ao subir e descer degraus, tinha uma certa dificuldade em acreditar na pessoa que a guiava.

- Eu senti medo, angustia, vontade de tirar a venda, dificuldade em caminhar, vontade de ver as coisas e poder dar risada.

- Tive a experiência de ser cadeirante por alguns minutos. Nesses minutos, tive dificuldades em subir escadas, em muitas vezes, tive que pedir ajuda.

- Deve ser muito estranho... nossos colegas serem vendados os olhos, até cadeirantes, dá uma angustia e ao mesmo tempo medo, pelo fato da pessoa com deficiência poder cair, se machucar. E não deve ser legal pelo fato de não poderem fazer o que fazemos.

- Sentimos medo, angustia, insegurança, desconfiança no guia e dificuldade...

- Sendo guia de alguém que não vê foi uma sensação enorme... de que você é muito importante..., que a pessoa que você está conduzindo depende totalmente de você, e também de que é muito ruim se colocar no lugar de quem não vê, só de pensar é uma sensação angustiante.

- É algo realmente difícil, muitos obstáculos pelo caminho. Parecia impossível, mas devagar conseguimos. Eu imagino um cadeirante, quando está sozinho, tem que ter muita força e boa coordenação para passar por obstáculos, como degraus, subidas, descidas, morros acidentados.

- A sensação é de estar perdido, sem a menor noção do espaço.

- A sensação não é boa nem para quem conduz o cego e muito menos para ele. Foi uma experiência boa para descobrir como a vida do cego é sofrida.

- Pela primeira vez foi muito interessante para mim, mas para o cego existe muitas dificuldades.

Registro de sensações dos alunos do 2ºP:

- Sabemos da dificuldade das pessoas, mas isso vai alem dos nossos pensamentos. A dificuldade das pessoas com deficiência, físico, visual ou auditivo é enorme.

- É muito tenso, a dificuldade é enorme, de se lidar com a pessoa que tem a deficiência.

- Dificuldades principalmente em se locomover em locais com muitas pessoas.

- Dificuldade principalmente para descer degraus e se locomover em locais apertados e com circulação de público.

- Dificuldades em escadas, lugares esburacados, medo de se machucar, cair de algum lugar, angustia de estar em uma cadeira de roda.

- Participei da experiência da deficiência visual. A sensação é de medo, apesar de um guia, há muitos obstáculos. A dificuldade de subir e descer escadas é grande. A dificuldade de passar em locais estreitos e portas.

- Está experiência foi muito importante para termos a sensação da dificuldade, medo que sentimos ao passar por obstáculos.

- Foi uma experiência muito boa, pois nos colocamos no lugar das pessoas com alguma deficiência, vimos e enfrentamos muitos desafios, como escadas...etc... Foi muito legal.

- Nós sentimos dificuldades de ambos as partes, tanto as pessoas com deficiência quanto os guias.

- Meu colega teve muita dificuldade, pois não sabia o que fazer. É muito difícil. Tem-se dificuldade em andar, entrar nas salas de aula e ir à algum lugar.

- Eu como DV fiquei com muito medo de tudo o que acontecia ao meu redor, não sabia aonde estava e era tudo estranho por mais que eu passasse todo o dia por esses caminhos.

- Medo e angustia!!!

- Senti muito medo ao subir e descer escadas, dificuldades ao beber água nos bebedouros.

Além disso percebeu-se que a atividade chamou a atenção de diversos setores da escola, fazendo com que se reflita sobre a situação, adaptação e inclusão dos alunos com deficiência da e na escola.

Agradeço a direção, aos alunos pelo apoio. Marcia

FOTOS DA ATIVIDADE VIVÊNCIAS NA ESCOLA MUNICIPAL VALENTIN BERNARDI DE ITÁ