DEFICIÊNCIA AUDITIVA

INTRODUÇÃO
Neste trabalho veremos a importância das tecnologias na educação com deficientes auditivos. O histórico desta deficiência, bem como, novas legislações e valorização da comunicação tecnológica para os portadores de deficiência. É necessário que o educando tenha a humildade de ensinar, mas ao mesmo tempo aprender com nosso aluno, o professor tem a necessidade de educar constantemente, tendo vário métodos de ensinar e conhecer a realidade sócio-cultural do educando, proporcionando uma maneira mais lúdica de se trabalhar com a educação especial.


As Tecnologias para Deficientes Auditivos
A Educação Especial é o ramo da Educação, que ocupa-se do atendimento e da educação de pessoas com deficiência em instituições especializadas, tais como: escola para surdos, escola para cegos ou escolas para atender pessoas com deficiência mental.
A Educação Especial denomina tanto uma área de conhecimento quanto um campo de atuação profissional. De um modo geral, a Educação Especial lida com aqueles fenômenos de ensino e aprendizagem que não têm sido ocupação do sistema de educação regular, porém tem entrada na pauta nas últimas duas décadas, devido ao movimento de educação inclusiva. Historicamente a educação especial vem lidando com a educação e aperfeiçoamento de indivíduos que não se beneficiaram dos métodos e procedimentos usados pela educação regular.
No Brasil , em 1971, a Lei nº 5.692, que fixou as Diretrizes e Bases do Ensino de 1 e 2 graus assegurava (...) tratamento especial para os alunos que apresentam deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto á idade regular de matrículas e os superdotados (...). Em 1973, o Decreto n0 72.425 cria o Centro Nacional de Educação Especial-CENESOI, junto ao Ministério de Educação, com a finalidade de promover em todo território nacional a expansão e melhoria do atendimento aos excepcionais.
Em Santa Catarina, no ano de 1997, a FCEE elaborou e executou, em parceria com o CENESP, o projeto piloto “Montagem de currículo para educação especial : criação de classes especiais”, com o objetivo de implantar classes especiais nas escolas de ensino regular. Este projeto aprovado pelo Conselho Estadual de Educação, através do Parece nº 139, de 29 de agosto de 1978, seguido pelo : Programa de ação integrada para o atendimento do excepcional em Santa Catarina”, fixou novas diretrizes para a implantação de classes especiais em estabelecimentos do ensino regular, definindo como objetivo geral(...) atender alunos deficientes mentais educáveis em classes especiais nos estabelecimentos da rede oficial de ensino ( SANTA CATARINA, 2002, p. 35). Nesse mesmo período, foi criada a sala de multimeios para deficientes sensoriais, posteriormente, denominada sala de recursos. Essas ações demandaram a criança, em 1979, do Serviço de Supervisão Regional de Educaçao Especial-SURESP, com a finalidade de descentralizar e dinamizar as atividades da educação especial nas demais regiões do Estado.
A Secretaria Estadual de Educaçao-SED, em 1987, constatou que aproximadamente 200.000 crianças em idade escolar não tinham acesso à escola. Isso desencadeou o estabelecimento do Plano de Açao da SED para o quadriênio 1988-1991, com vistas à garantia de escolarização básica para toda a população dessa faixa etária.
Esse plano definiu cinco diretrizes quanto ao atendimento do educando com deficiência:
Acesso ao ensino regular de educandos com deficiência, assegurando pela matricula compulsória;
Permanência mediante a expansão das modalidades alternativas de atendimento ( salas de recursos para deficientes sensoriais, salas de apoio pedagógico para o deficiente mental leve e salas de atendimento alternativo para deficientes mentais moderados severos e profundos, nas localidades onde não houvesse escolas especiais);
Descentralização administrativa com a implementação das equipes regionais de educação especial.
Reorganização curricular para a elaboração da proposta curricular do Estado;
Pesquisa e extensão para a capacitação de educadores e desenvolvimento de ajudas técnicas.
Em Santa Catarina, no ano de 1996, foi instituída a Resolução n* 01 do Conselho Estadual de Educação, CEE, que fixou as normas para a Educação Especial no Sistema de Ensino e, em 1998, foram publicados os cadernos da Proposta Curricular que define a concepção de educação adotada pelo Estado.
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
A educação é crucial no crescimento da pessoa. A educação da criança surda é um direito, faz parte da sua condição como ser humano, e o dever de educar é uma exigência do ser humano adulto, do pai e do educador.
Para a criança surda, tal como para a criança ouvinte, o pleno desenvolvimento das suas capacidades lingüísticas, emocionais e sociais é uma condição imprescindível para o seu desenvolvimento como pessoa. É por meio dos relacionamentos sociais que descobrimos o que é necessário para viver na nossa sociedade.
A família é o fator principal no que respeita à aprendizagem das questões sociais básicas. À medida que cresce, a criança convive cada vez mais com pessoas fora do círculo familiar, pessoas essas que, por sua vez, passam a ter parte ativa na socialização da criança. Também a escola é importante – quase tanto quanto a família – pois proporciona à criança a convivência num grupo mais amplo de indivíduos.
Compreende-se que a concepção de escola se fundamenta no reconhecimento das diferenças humanas e na aprendizagem centrada nas potencialidades dos aluno e não na imposição de rituais pedagógicos preestabelecidos que acabam por legitimas as desigualdades sociais e negar a diversidade. Nessa perspectiva, as escolas a complexidade e heterogeneidade dos educandos e, conseqüentemente, dos ritmos de aprendizagem. Para tanto, é necessária uma nova estrutura organizacional, com currículo flexíveis, modificações organizacionais, estratégias teóricas metodológicas eficientes, recursos e parcerias com a comunidade. ( Alves, 2006).
O conteúdo curricular a ser desenvolvido pelo professor deve ser o mesmo para todos os alunos, ouvintes e com deficiência auditiva/surdez.
O que difere são as adaptações curriculares necessárias para atingir também o aluno deficiente. O uso de materiais diversificados (jornais, revistas, propagandas, noticiários, filmes, computador, televisão, cartazes, etc) de preferência visuais, servirá para o melhor entendimento do que está sendo apresentado para o aluno com deficiência auditiva/surdez, mas também facilitará o entendimento por parte de todos os alunos, incluindo aquele que tem um problema de aprendizagem ou até mesmo os alunos mais distraídos.
O posicionamento adequado do aluno com deficiência auditiva/surdez na sala de aula é essencial para que ele alcance um desempenho satisfatório. O melhor lugar é a carteira do meio e de preferência na primeira fileira, isto para que lhe seja garantida a leitura labial e para que o professor possa lhe falar o mais perto possível, além de afastá-lo de barreiras como portas, janelas e paredes que possam bloquear e passagem do sim, no caso de usar aparelho auditivo.
Graus de perdas auditivas
Perdas Auditivas
Decibéis
Linguagem
Mediações
Perda Leve
De 25 a 40 Db
Não apresentam nenhum problema.
Geralmente não apresentam problemas de aprendizagem, decorrentes da perda auditiva.
Perda Moderada
De 41 a 70 dB
Comunicam-se de forma oral, podendo apresentar trocas de letras.
Podem apresentar dificuldades numa atividade de ditado ou outras de reconhecimento de fala. Sentar na primeira carteira poderá facilitar sua leitura labial.
Perda Severa
De 71 a 90 dB.
Podem desenvolver a fala com dificuldade e geralmente se comunicam pela língua de sinais.
Necessitam de adaptações curriculares, como: recursos visuais, atenção dirigida, atividades adaptadas com sinais e a presença de intérpretes de Libras na sala de aula.
Perda Profunda
De 91 a 120 dB
Geralmente se comunicam pela língua de sinais.
Necessitam de adaptações curriculares como: recursos visuais, atenção dirigida, atividades adaptadas com sinais e a presença de intérprete de Libras na sala de aula.
Os alunos que apresentem uma perda auditiva, seja de moderada até profunda, deverão fazer uso do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASD) que deverá ser colocado logo após o diagnóstico. O ASSI é um equipamento pequeno colocado junto á orelha do individuo com a deficiência auditiva, que tem a função de amplificar a intensidade dos sons.
Os AASIs funcionam com uma pilha especial que deve ser trocada, em média, a cada 10 dias. Os modelos de aparelhos auditivos atualmente mais usados são:
INTRACANAL: São os mais estéticos, devido a seu tamanho reduzido. Não é aconselhável para crianças pequenas ( até 6 anos) e para pessoas que tenham uma perda auditiva severa ou profunda.
RETROAURICULAR: São os mais usados, São adaptados atrás da orelha externa e ligados ao molde por um tubo plástico. São utilizados para todos os tipos de perdas e para todas as idades.
A educação deve-se desenvolver de forma especial, numa tentativa de atender às diferenças individuais de cada criança, através de uma adaptação do sistema educativo.
A evolução das tecnologias permite cada vez mais a integração de crianças com necessidades especiais nas nossas escolas, facilitando todo o seu processo educacional e visando a sua formação integral. No fundo, surge como uma resposta fundamental à inclusão de crianças com necessidades educativas especiais num ambiente educativo.
Podemos utilizar várias tecnologias para trabalhar com deficientes auditivos, tais como:
Computadores
Projetor Multimídia
Câmera digital ou fotográfica
Maquinas Digitais
Notebook
Net book
Aparelho de Som
O aluno que é surdo, não consegue ouvir, mais sente as vibrações, a linguagem de sinais é fundamental para os educandos e para os educadores.
O uso das tecnologias no campo do ensino-aprendizagem traz inúmeras vantagens no que respeita às crianças com necessidades especiais, permitindo:
Alargar horizontes levando o mundo para dentro da sala de aula;
Aprender fazendo;
Melhorar capacidades intelectuais tais como a criatividade e a eficácia;
Permitir que um professor ensine simultaneamente em mais de um local;
Permitir vários ritmos de aprendizagem numa mesma turma;
Motivar o aluno a aprender continuamente, pois utiliza um meio com que ele se identifica;
Proporcionar ao aluno os conhecimentos tecnológicos necessários para ocupar o seu lugar no mundo do trabalho;
Aliviar a carga administrativa do professor, deixando mais tempo livre para dedicar ao ensino e à ajuda a nível individual;
Sugestões de atividades com as Tecnologias
1-Música : Serpente ( Séries Iniciais)
Objetivo:Conhecer e ler o texto usando adaptações em Libras.
Metodologia:
Apresentar cada sinal da música para todos os alunos;
Peça para os alunos reproduzirem os sinais apresentados;
Reconstrua a música oferecendo o texto escrito, e peça para colarem os sinais abaixo das palavras correspondentes;
Depois da música conhecida por todos, apresente para a escola.

2-Reconstrua a Música com Sinais ( Séries Iniciais)
Objetivo: Ler e reconstruir a música relacionando o sinal á palavra.
Metodologia
Pegar um aparelho de som, apresentar a música, e os alunos iram interpretar com a linguagem de sinais.
ATIREI O PAU NO GATO, TO
MAS O GATO, TO
NÃO MORREU, REU, REU,
DONA CHICA, CA
ADMIROU-SE, SE
DO BERRO, DO BERRO
QUE O GATO DEU
MIAU...
3-A galinha do vizinho ( Séries Iniciais)
Objetivos
Conhecer os números
Aprender a representação dos números em libras
Aprender a cantar a música em libras.
Metodologia
A educadora irá apresentar a música no multimídia, com os desenhos e números em libras. Ao comando do educador o aluno faz o sinal da letra da música.
A GALINHA DO VIZINHO
BOTA OVO AMARELINHO
BOTA 1,
BOTA 2,
BOTA 3,
BOTA 4,
BOTA 5,
BOTA 6,
BOTA 7,
BOTA 8,
BOTA 9,
BOTA 10!
As atribuições para que o educador deve fazer para seus alunos é estabelecer uma comunicação necessária á participação efetiva do aluno, trocando informações com o professor, relativas ás duvidas e necessidades do aluno, possibilitando ao professor regentes a escolha de estratégias de ensino e aprendizagem,participando também de estudos e pesquisas na sua área de atuação mediante projetos previamente aprovados pelo SED. A tecnologia não pode ser ilustrativa, devemos utilizar essa ferramenta como meio de pesquisa para ensinar e fazer aprender nossos educandos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação especial deve ser entendida como processo interdisciplinar que visa a prevenção, o ensino e á reabilitação da pessoa com deficiência, condutas e altas habilidades, objetivando sua inclusão mediante a utilização de recursos pedagógicos e tecnológicos específicos.
Em âmbito educacional, como uma modalidade que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, organizada para apoiar, complementar e suplementar a aprendizagem dos educandos. Assim, o uso da tecnologia pode despertar em crianças especiais um interesse e a motivação pela descoberta do conhecimento tendo em base as necessidades e interesses das crianças. A deficiência deve ser encarada não como uma impossibilidade mas como uma força, onde o uso das tecnologias desempenha um papel significativo.

REFERÊNCIAS
BASSETTI, Sergio Otavio, Política de Educaçao Especial Estado de Santa Catarina, 2009.
VAILATTI,Rosane Teresinha Jaknke,Programa Pedagógico,2009.
BUCHWEITZ,Clécia Aragáo, Ciranda da Inclusão,Editora e Distribuidora Ltda,2009.
REVERBEL, Olga, Jogos Teatrais na Escola, Atividades Globais de Expressão. Editora Spcipione Ltda 1989.