DEFICIÊNCIAS MULTIPLAS

Deficiências Múltiplas

Universidade do Contestado – UnC Campus de Concórdia
Licenciatura em Educação Especial
PARFOR
Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica

Disciplina: Tecnologias na Educação
Profª Mirian Bolsi e Neura M. Follmann
Acadêmica: Alex Madruga da Rosa Sbaraini

Deficiências Múltiplas

Introdução


Entende-se por deficiências múltiplas a associação de duas ou mais deficiências: mental/visual/auditivo/física, comprometendo e/ou atrasando o desenvolvimento global da criança. Dificultando a aprendizagem e sua autonomia enquanto pessoa.
Trabalhar com pessoas com múltiplas deficiências requer um compromisso no que se refere à autonomia da criança ou adolescente.
É necessário buscar atividades funcionais que favoreçam o desenvolvimento da comunicação, das interações sociais, levando em conta as potencialidades do aluno.
Através das tecnologias assistivas pode-se criar alternativas que permitam ao aluno com deficiência fazer parte do processo de ensino-aprendizagem.

Na antiguidade os povos primitivos tinham basicamente duas visões sobre as pessoas com deficiência: extermínio, pois eram considerados empecilhos ou proteção e sustento isso para terem o reconhecimento de seus esforços perante aos deuses. O povo hebreu via a deficiência como um castigo.
Na Roma antiga, havia uma lei que autorizava os pais matarem seus filhos defeituosos.
Os Atenienses, por influencia de Aristóteles, protegiam seus deficientes sustentando-lhes e/ou dando a eles uma atividade, parecendo nossa Previdência Social.
Durante a idade Média, sob influencia da igreja, os senhores feudais cuidavam dos deficientes em casas de assistência
No ano de 1547, na França, Henrique II, instituiu a assistência obrigatória para amparar deficientes.
Com a revolução Francesa, surge o capitalismo e com ele a ideia de que o melhor seria levar os deficientes para conventos e hospícios e para o ensino especial.
No período do Renascimento, o assistencialismo dá lugar a postura profissionalizante e integrativa das pessoas com deficiência. A partir desse momento leis passam a ser promulgadas.
Na idade Moderna (1789), surgem inventos como:a cadeira de rodas,muletas, próteses,bengalas, coletes veículos adaptados etc.
Nossa sociedade cobra a perfeição não se importando muito com a acessibilidade, por exemplo, a arquitetura que não aprendeu projetar as rampas de acesso, os banheiros adaptados... do.
Além das barreiras físicas (escadas, degraus, buracos), existe o pré-conceito: conceito antes de conhecer algo, o famoso PRECONCEITO.
Em pleno século XXI ainda encontramos pessoas que tem grande dificuldade em perceber que as deficiências física, sensorial, (visual e auditiva) ou intelectual (mental) não são sinônimo de incapacidade. E o mais triste do é constar que no meio educacional também ocorre esse tipo de pensamento e atitude.

LEGISLAÇÃO no BRASIL

No Brasil a Constituição Federal de 1988 relata que a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mercado de trabalho. A escola, por sua vez, tem como obrigação atender a todos seguindo os princípios de igualdade, acesso e permanência, liberdade de aprender e ensinar (artigos 205 e 206).
A negação de matrícula para alunos com deficiência, segundo a lei 7.853/89: ‘’Constitui crime punível com reclusão e multa: recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que porta’’(Inciso I do artigo 8º da lei Federal nº 7.853/89).
A Declaração de Salamanca é uma delas onde fica explicito que a educação de crianças com necessidades educacionais especiais deve ser tarefa partilhada por pais e profissionais.

MÚLTIPLAS DEFICIÊNCIAS

O maior desafio e o mais complexo dos educadores e familiares em relação a criança com deficiência é a comunicação . Ela precisa ser o mais significativa possível para que esses alunos com deficiência múltipla tenham interesse de se comunicar. Com isso o estimulo precoce tem papel fundamental no desenvolvimento das habilidades superiores.
Para Vygotsky, a transformação dos processos mentais elementares em funções superiores ocorre por meio das atividades mediadas e por meio das ferramentas psicológicas, o que implica, para esse autor, que a formação da subjetividade individual decorre do relacionamento com os outros (Gindis, 1995). Também diz que a criança deficiente representa sempre, um processo criativo e que essa criança apresenta meios particulares de processar o mundo.

Causas de deficiência múltipla

Várias podem ser as causas que envolvem a deficiência múltipla , de ordem sensorial, motora e lingüística. Podem ocorrer durante o pré-natal, Peri natal e pós-natal.
Algumas enfermidades podem causar deficiência múltipla:
Hipotireoidismo
Síndrome da rubéola congênita
Síndrome de Rett

Tipos de Múltipla Deficiência:

Surdez com deficiência intelectual;
Surdez com distúrbios neurológicos;
Surdez com deficiência física (leve ou severa);
Baixa visão com deficiência intelectual ;
Baixa visão com distúrbios neurológicos, emocionais, de linguagem e de conduta;
Baixa visão com deficiência física (leve ou severa);
Cegueira com deficiência física (leve ou severa);
Deficiência física com deficiência intelectual.

Características Gerais da Criança com Deficiência Múltipla.

Aprendem mais lentamente;
Tendem a esquecer o que não praticam;
Tem dificuldade em generalizar habilidades aprendidas separadamente;
Necessitam de instruções organizadas e sistematizadas;
Necessita de ter alguém que possa mediar seu contato com o meio que o rodeia.

Necessidades da criança com Deficiência Múltipla.

Ser olhada como criança;
Ser olhada como alguém que pode aprender;
Ser considerada como potencialmente bem sucedida;
Sentir que a família e a escola têm expectativas positivas em relação a ela.

Necessidades Educacionais da criança com Múltipla Deficiência.

Posicionamento e manejo apropriado: evitará dores e complicações posturais, o posicionamento adequado do aluno permitirá que ele veja, ouça, alcance objetos e movimente-se nas diversas atividades;
Oportunidades de escolha: oportunizar o aluno a fazer escolhas, para a sua maior e melhor autonomia;
Métodos apropriados de comunicação; todas as formas de comunicação devem ser usadas;
Estimulação constante, de pessoas que se comuniquem de forma adequada e que proporcionem situações de interação;
Planejamento de toda a aprendizagem, incluindo aspectos simples e básicos de vida diária;
Interação em ambientes naturais, incluindo pessoas e objetos;
Oportunidades de aprendizagem centradas em experiências de vida real;
Organização e estruturação dos ambientes para lhes trazer segurança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS


Depois de termos percorrido um longo, porém não terminado caminho, felizmente percebemos que as mudanças mesmo que pequenas têm ocorrido.
As tecnologias vêm avançando, dando oportunidades para as pessoas com deficiência diferentemente do início da história.
É na área educacional que consideramos o quanto é relevante o uso das tecnologias: livros com sons, texturas, cores vibrantes, o uso de softwares, dosvox.
Todos esses recursos tendem a ganhar força diminuindo o abismo que há entre as pessoas com deficiência e as demais.

Referências

HONORA,Márcia Ciranda da Inclusão
Frizanco E. Lopes Mary-São Paulo-SP disponível em: www.ciranda da inclusão.com. br
http://www.redespecial.org.br/, acesso em 04/06/2011.
http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html, acesso em 02/05/2011
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivo/pdf/educação