sábado, 4 de junho de 2011

Resenha crítica

Universidade do Contestado – Campus de Concórdia

Licenciatura em Educação Especial – PARFOR – Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica

Disciplina: Português

Profª Elvira da Silva Lima

Autoria: Acadêmica Eliane da Silva Dias Pilger

Reflexão da alma humana na sociedade

Partindo da reflexão de como nos vemos diante do espelho, vou tecer uma síntese acerca de duas obras intituladas como O espelho.

Na obra escrita por Machado de Assis, Jacobina descobre suas almas: a interior e a exterior, ao se desvendar através dos traços mostrados pelo espelho. Via a si próprio como um ser atordoado por uma alma simples e que não conseguia se assumir como o cargo de Alferes lhe exigia.

Era muito bem tratado pela tia e pelos escravos até o dia em que ficou só e ao deparar-se com o espelho nada viu além de traços e sombras, pois esta era a sua essência. No entanto, ao se postar diante do espelho com a farda de alferes sua alma enalteceu-se, pois este era o seu verdadeiro eu. Descobrir sua alma interior e exterior não o fez grande, apenas delimitou a experiência de um momento, em que pode se conhecer.

Na obra de João Guimarães Rosa, o espelho ganha outra função. O espelho diz à pessoa que se reflete nele se ela é boa ou má. O personagem central relata ter visto diante do espelho um monstro, que certamente estava interiorizado em si, no entanto assim não se considerava.

Ao mesmo tempo em que se julgava um monstro, um ser sem sentimentos, ao comparar-se com um animal, escolheu a onça, animal este admirado por sua valentia, pois era assim que se considerava: um valente; apesar do espelho lhe mostrar um monstro. O reflexo do espelho nada mais era do que sua alma. Ao reconstruir sua alma, o homem olhou no espelho e não viu nada além de um campo...

Com a experiência conseguiu moldar seu interior, para finalmente se ver diante do espelho, vislumbrar os traços reais que marcavam seu corpo desprovido de maldades ou de um ser vazio.

Ambos os autores buscam explicitar que o homem ao se olhar no espelho descobre a sua alma e suas implicações diante da sociedade.

Hoje somos seres alienados por uma sociedade capitalista ao extremo. Somos apenas reflexo do que vivemos e sentimos, refletimos o que vemos no espelho social sem questionar, pois só assim somos aceitos.

Um comentário:

  1. Por muitas vezes ao nos depararmos com o espelho nos assustamos, pois o que vemos não é o que queremos. Porém lá está a verdade nua e crua.
    Mas o importante é nos encararmos e aceitarmos que não somos perfeitos e começar denovo a nossa eterna busca.

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